Na última semana a Secretaria de Agricultura do DF realizou o seu primeiro fórum de Febre Aftosa e Doenças Vesiculares, com objetivo de discutir o controle das doenças no âmbito do Distrito Federal e as ações em nível nacional a serem implementadas nos próximos anos. Hoje o Brasil é considerado “livre de febre aftosa, com vacina” mas nos próximos anos o planejamento é preparar o rebanho brasileiro para avançar e atingir o status de “livre de febre aftosa, sem vacina”.
Em seu discurso, o Secretário de Estado de Agricultura Abastecimento e Desenvolvimento Rural do Distrito Federal – SEAGRI-DF, Dilson Rezende de Almeida a importância do controle da doença é sanitário e econômico, mas que com controle é possível erradicar a doença. “Brasília, como capital do país tem que dar o exemplo, por aqui já não se tem registro da doença a 23 anos. Nosso próximo passo é conquistar o status de ‘livre sem vacina’ já em 2021” explicou o Secretário.
Ainda pela SEAGRI-DF, o Diretor de Sanidade Agropecuária e Fiscalização, Vinícius Eustáquio Barreto Campos, explica que o evento como objetivo discutir o novo planejamento estratégico para erradicação da doença. “A retirada da vacina dá ao país o status sanitário ‘livre de febre aftosa’ e com isso os mercados externos entendem que é seguro comprar do país. Este passo que estamos dando representa um aumento de exportação das carnes brasileiras.” Contextualiza o diretor e explica também como é o controle em Brasília. “Em Brasília, nós temos um serviço veterinário bem robusto, com um quantitativo de pessoas bem interessante e uma cobertura vacinal muito boa, girando em torno de 99% de vacinação de febre aftosa. Brasília está, dentro deste contexto, inserido de forma responsável, como tem que ser.” Complementa Vinícius.
O diretor de Saúde Animal e Insumos Pecuários, da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Geraldo Marcos de Moraes explica que Santa Catarina já possui o status de ‘livre de aftosa, sem vacina’, e que o rebanho de lá representa 1% do país. Ele diz que a estratégia de controle da suspenção da vacina, foi organizado em 5 blocos. “Cada bloco tem um calendário independente de suspensão da vacinação e Brasília está no bloco 4. A previsão da suspensão da vacina é para o primeiro semestre de 2021, junto ao bloco 5”. Ele explica que o plano foi publicado no final de 2017 com objetivo de ser cumprido em 10 anos.
Segundo Ricardo Gouveia da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), reportou que o avanço do país conseguirá alcançar novos clientes. “Esperamos melhores pagamentos na tonelada exportada e consequentemente, elevação do preço pago na arroba bovina, sem contar na redução de custos ao produtor rural e maiores margens na atividade.” Ele explica também que a entidade é favorável a retirada da vacina, desde que haja segurança sanitária e garantia de que o status atingido não seja comprometido.
O Brasil é um dos maiores produtores de carne bovina do mundo, mas quando o assunto é comercialização com os principais compradores possui uma fatia muito pequena. Mercados como Japão, Coreia, Canadá, Indonésia e Taiwan são grandes importadores de carne, mas compram de outros países e eles pagam muito bem pelo produto.
A Febre Aftosa
A febre aftosa é uma doença infecciosa aguda que causa febre, seguida do aparecimento de vesículas (aftas), principalmente, na boca e nos pés de animais de casco fendido, como bovinos, búfalos, caprinos, ovinos e suínos. A doença é causada por um vírus, com sete tipos diferentes, que pode se espalhar rapidamente, caso as medidas de controle e erradicação não sejam adotadas logo após sua detecção. O vírus está presente em grande quantidade no epitélio (tecido que reveste) e fluído das vesículas. Também pode ser encontrado na saliva, no leite e nas fezes dos animais afetados. A contaminação de qualquer objeto com qualquer dessas fontes de infecção é uma fonte perigosa de transmissão da doença de um rebanho a outro. No pico da doença, o vírus está presente no sangue. Nesse estágio, os animais infectados começam a excretar o vírus poucos dias antes do aparecimento dos sinais clínicos. Os animais contraem o vírus por contato direto com outros animais infectados ou por alimentos e objetos contaminados. A doença é transmitida pela movimentação de animais, pessoas, veículos e outros objetos contaminados pelo vírus. Calçados, roupas e mãos das pessoas que lidaram com animais doentes também podem transmitir o vírus.
Assessoria de Comunicação Social do CRMV-DF com informações do MAPA
17 de abril de 2019
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